sábado, 26 de janeiro de 2013

“Laranja Mecânica” ganha edição de comemoração




Comemorando os 50 anos de publicação do livro “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess, a editora Aleph lançou no Brasil uma edição em capa dura, com nova tradução e ilustrações do inglês Dave Mc Kean, do argentino Oscar Grillo e do brasileiro Angeli.
O romance “Laranja Mecânica” ficou mundialmente conhecido quando foi adaptado para o cinema pelo diretor Stanley Kubrick. Manuel da Costa Pinto comenta essa nova edição, que além de trazer de volta esse romance sobre gangues futuristas, provoca uma polêmica sobre a adaptação de Kubrick.
Com três partes, cada uma com sete capítulos, o livro discorre sobre uma gangue que pratica atos com ultraviolência. Uma violência extrema contra pessoas inocentes, incluindo estupro e uso de drogas alucinógenas.
“A edição americana eliminou o último capítulo porque achou que ali havia um olhar mais apaziguador. O personagem, depois de praticar vários atos de violência com sua gangue e passar por um processo de lavagem cerebral, ele se apazigua, compreende que a violência é uma questão de livre arbítrio”, revela Manuel da Costa Pinto.

Esse final incomodou muito os americanos que queriam uma atitude mais punitiva. Kubrick cortou o último capítulo e baseou seu roteiro na produção. Já Anthony Burgess, que revelou gostar e ter grande respeito pela produção americana, manteve o final original do livro.
Esta edição de comemoração do livro de Burgess tem textos do próprio autor, é comentada e revisada.  “O tradutor explica os dialetos falados por essas personagens, que como é uma gangue juvenil, eles usam um jargão de rua, uma linguagem com palavras inventadas”, afirma Manuel da Costa Pinto. No final é possível consultar um glossário com os significados dos termos.

Fonte: TV Cultura- Programa Metrópolis